Escritor da Depressão

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    Lest we forget: Parte 1 O sonho carmesim.

    CassianoDC
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    Lest we forget: Parte 1 O sonho carmesim. Empty Lest we forget: Parte 1 O sonho carmesim.

    Mensagem por CassianoDC Qua Out 02, 2013 7:32 pm

    Primeiramente gostaria de dizer que sou novo no fórum e de mesma forma sou novo neste ''mundo'' essa é a primeira historia que realmente estou escrevendo, esta dividi em partes por vários motivos. Serei grato a qualquer sugestão que me derem. Obrigado e boa leitura.

    Parte 1: O sonho Carmesim.
    Click...
    Seus olhos se abrem, mostrando-lhe imerso na mais profunda escuridão. Novamente aquele mesmo sonho, aquele mesmo e irritante som. Entretanto havia algo diferente aquela noite, ele estava ofegante e suado.
    Sentiu um odor estranho no ar, algo que ele confirmou esticando um pouco o pescoço, para fora do cobertor que o cobria até tal parte.
    -Podre...-sussurrou ele, olhando ao redor onde simplesmente não se existia nenhuma forma realmente palpável visível, era ‘’ mais escuro que o escuro’’.
    Luis nunca fora um garoto impressionável, ou que sentisse medo por algum motivo estupido ou outro qualquer, mas ele realmente temeu o seu meio, tudo além da cama parecia simplesmente inexistente. O cheiro se tornou mais forte, o suficiente para o sufoca-lo. A esta altura ele sabia que algo estava errado, não somente o cheiro, mas sim toda aquela situação. Ele precisa sair do seu quarto ou ao menos trazer luz ao lugar.
    Minhas pernas, não se movem. Droga. Droga. Droga!
    Em um ato de desespero, ele se coloca sentado e joga o cobertor pesado que o cobria para o nada ao seu redor. Neste instante sua face não encontrou forma de expressar todo o seu desespero. Tenta gritar mas o som não sai de sua boca, suas cordas vocais pareciam ter sido arrancadas. Lagrimas vertiam de seus olhos furiosamente, olhos estes que não conseguiam desafixar o foco delas... Suas pernas haviam sido cuidadosamente costuradas no tecido da cama, sua pele estava esticada de forma surreal, formando um ziguezague pontiagudo. Um detalhe cruel.  
    CLICK....
    CLICK?
    KÓ...

    (Aquele maldito som dos seus sonhos retorna. Agora mais vivo e real que nunca.)
    Tal melodia fantasmagórica o tira da inercia mental a qual foi arrebatado, seus olhos giram nas orbitas, junto com um movimento do pescoço a procura da origem do barulho. Tudo continuava como sempre. O mesmo nada. Um fato tão desesperador quanto calmante. Seus olhos e pescoço retornam para a posição inicial, e vê que algo o observava.
    Grandes e brilhantes círculos vermelhos, pairavam na escuridão a sua frente, estavam nivelados e pareciam ser fixados em algo.
    -São olhos –Pensa ele, com estranha frieza, o que era incrível, já que sua mente havia se desintegrado alguns segundos atrás. Tentou gritar novamente, não com o mesmo desespero de antes, mas obteve novamente o melancólico e silencioso, ‘’ mesmo resultado.’’
    Sente alguma coisa se movendo na cama, os olhos agora vinham vagarosamente em direção a sua cabeça, ele sente algo passando em suas pernas, dilacerando-as, cortando fibras, músculos e nervos, fazendo sua morna vida escorrer tingindo o tecido branco do mais profundo carmesim. A dor era insana, mas totalmente suprimida, pelo sentimento que os olhos lhe traziam.
    Eles se aproximaram mais, chegaram tão perto que Luis acabou retornando a posição horizontal, por simples reflexo. O par círculos o encara vividamente e agora flutuavam bem acima dele. Algo pingou em sua testa e escorreu até perto de seu nariz. Um liquido viscoso, tinha o cheiro da morte encrustada nele. (Cheirava a decomposição). Suas pernas continuavam lá pulsando e se retorcendo na mais horrível dor, esta que agora era totalmente ignorada. Os olhos o hipnotizaram, sua mente agora se dissolvia no vermelho sangrento e frio.
    Click? ...
    Uma forte e estranha luz surge entre os olhos vermelhos, ela fica maior e mais intensa, se torna amarelada com tons de laranja e preenche toda a visão de Luis.
    Os olhos se abrem, novamente está em seu quarto, a luz do sol passara pela fresta de sua janela entreaberta, e fitava majestosamente seu rosto.
    Sorri, jogando as cobertas para o lado. Ainda estão aqui...foi apenas um sonho, um maldito pesadelo, que espero nunca mais ter, mas ...
    -Hora do café venha rápido, filho preguiçoso…comer enquanto está quente! –Grita sua mãe, do que parecia ser a mais longínqua terra.
    -Estou indo! –Ele sabia que mesmo aquele momento sendo de extrema imersão. (Se sentia uma fênix retornando a vida) ignorar sua mãe, poderia o matar de verdade.
    Algo escorre de sua têmpora quando se coloca de pé, ele não havia notado aquilo lá, mas sentiu-a escorrer pelo seu rosto e cair ao lado de seu tênis, Luis se abaixa encosta a ponta do dedo no liquido, pouco volátil e transparente que gruda com certa facilidade em seu dedo após pouca pressão. Aproxima-o do nariz.
    É viscoso, e tem cheiro de morte.

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