Escritor da Depressão

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    O anunciar de um novo mundo ( primeira parte)

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    Gabriel CS


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    O anunciar de um novo mundo (  primeira parte) Empty O anunciar de um novo mundo ( primeira parte)

    Mensagem por Gabriel CS Sáb maio 04, 2013 8:44 pm

    O ANUNCIAR DE UM NOVO MUNDO


    Primera parte: A ira de um filho

    I. Guerreiro fiel:

    Por muitas vezes em teu nome levantei minha espada,
    Andando por entre trevas e criaturas perdidas,
    Sem nenhuma companhia, levando-te apenas em meu coração.
    Trespassando bestas e demônios com minha lâmina afiada,
    Uma a uma dessas criaturas foram vencidas
    E, foi por ti, que nunca aceitei permanecer ao chão.
    Muitas foram as vezes que atendi ao seu chamado
    Sem nunca a razão precisar questionar,
    Pois em ti confiei e jurei-lhe eterna lealdade.
    Teu nome comigo levei e, por todos, ele era aclamado.
    Meus feitos, todos eles, foram para ti exaltar
    E a ti, guerreiro fiel, desejei ser por toda eternidade.

    II. Cântico de vitória:

    Para ti, não havia dia ou noite que me fizesse recuar,
    Não havia dor ou solidão que me fizesse temer
    E não havia mundo ou submundo em que eu não pudesse adentrar.
    Para ti, guardava todas as forças que habitavam meu ser
    E, mesmo quando elas não mais pareciam existir,
    Quando meu corpo já se mostrava ofegante e exaurido,
    Por ti, eu decidia continuar a seguir.
    Negando-me a todo custo de um dia ser vencido.
    Tantos foram os combates que por ti enfrentei.
    As chagas conquistadas e o sangue perdido: sinônimos de glória.
    Foi em teu nome que com bravura sempre lutei
    E em cada combate sempre alcancei a vitória.

    III. O soar das trombetas:

    Por tempos infindáveis me ausentei,
    Suportando a dor e a distância daqueles que amava
    E, caminhando perdido em um vale de solidão,
    Levava apenas seu nome e a lembrança dos que deixei.
    Do sangue de teus inimigos minha espada se banhava
    E, logo seus corpos miseráveis clamavam por compaixão.
    Teu chamado soava como um cântico de guerra,
    Que com força e brio alimentava meu ser.
    E, assim, até teu Anjo Caído,
    Que como o próprio vento, vagava por esta terra,
    A difícil vitória pude obter.
    E, assim, por ti jamais me deixei ser vencido.

    IV. Cântico de despedida:

    Tantas foram as vezes que jamais te abandonei,
    Que te segui sem jamais pestanejar
    E, apesar de toda dor e aflição, continuei resignado.
    Mas, não importa quantas vezes por ti me levantei,
    Quantas feras, com minha espada, a morte pude levar,
    Ou, quantas vezes teu nome exaltei em um poderoso brado.
    Pois, de ti quando mais precisava,
    Não atenderes ao meu exaustivo clamor,
    Que logo se transmutara em lamento, angústia e solidão.
    E assim, por ti, de mim ela foi levada,
    Deixando-me apenas uma infindável dor
    E a lembrança de tão bela comunhão.



    V. Cântico de tristeza:

    E, agora, caída estás ao chão,
    Ainda repleta da mais pura beleza.
    Inerte e sem atender ao meu chamado,
    Posso presenciar meu peito encher-se de solidão.
    Como pode a mais bela e pura de toda natureza
    Pender sobre este chão amaldiçoado?
    E, assim, sem culpa e sem chance,
    Sob o insistente vento que com seus cabelos ousa brincar
    E cercada de tudo aquilo que és possuidor,
    A mais bela das criaturas és tirada de meu alcance
    Surgindo a eterna ferida que não cessa de sangrar
    E que mancha de sangue este ser sofredor.



    VI. O ressurgir da Fênix:

    Sozinho agora estou, em meio a esta tormenta
    E, assim como o vento, sigo vagando.
    Sem luz alguma a me guiar,
    Mergulhado na tua doce lembrança que me acalenta.
    E, quando penso que estou definhando
    Uma força maior vem me reavivar.
    É, esta força que brota em meu coração,
    Que me segura e impede de cair.
    É, esta força que parece aumentar meu lamento,
    Que me faz continuar, mesmo envolto nesta escuridão.
    É ela que me faz, das cinzas ressurgir,
    Como a bela Fênix, em todo seu encantamento.

    VII. Renascer da ira:

    Esta força, que me levanta e fortalece,
    É a mesma que enche de lamento este coração indignado
    E, que em seus braços, faz-me repousar.
    É ela, que no meio da tormenta, me guia e aquece
    E que me torna um pobre amargurado,
    Vagando entre os vivos sem mais saber o que é amar.
    E, aquela devoção e lealdade que por ti uma vez sentira,
    Ao lado de minha amada, estás a se consumir,
    Enquanto tu, com imensa ingratidão, limita-se a ver.
    Assim, alimento esta imensa força chamada Ira,
    Deixando que tuas labaredas até o céu possam subir.
    Anunciando o surgimento deste novo ser.




    VIII. Cântico de jura de vingança:

    Não penses tu que estou derrotado,
    Pois renascido estou para triunfar
    E, já que vieste arrebatar minha única esperança,
    Da ira que brota neste coração desolado,
    Terei a força que preciso para minha vingança alcançar.
    E, só assim, trarei calmaria a minha triste lembrança.
    E a este teu reino falso e de hipocrisia,
    Levarei o caos que brota de todo meu furor.
    Teus anjos, um a um, com minha espada irei vencer
    E logo levarei à baixo este teu império de tirania.
    E quando o encontras-te, ó fruto de minha dor,
    A face da morte verá e a ela passarás a conhecer.



    IX. O ressurgir das feras:

    Todos aqueles que por ti um dia derrotei,
    Ao vale das sombras da morte irei e os farei levantarem.
    E assim, um a um, o abismo da morte os farei superar
    E, com eles, as portas do teu reino vencerei
    Para fazer a cada um dos teus ao chão tombarem,
    Podendo, assim, minha sede de sangue saciar.
    Toda terra e céu conhecerão meu poder,
    Pois o caos e agonia comigo andarão
    E, nada que lhe pertença deixará de conhecer meu furor.
    Então, somente quando o encontrar, passarás a crer,
    Mas tuas súplicas de nada adiantarão,
    Pois apenas teu sangue poderá aplacar minha dor.



    X. O encontrar das espadas:

    Quando finalmente encontrar-te,
    Verás em mim a dor arraigada,
    Os olhos coléricos de um filho rancoroso
    E as lágrimas que caem e espalham-se por toda parte.
    Em minhas mãos, levarei minha espada
    E, diante de mim, estarás tu, ó ser odioso.
    Então, toda terra e céu poderão presenciar
    O desfecho deste encontro inevitável
    E, não haverá anjo, homem ou demônio capaz de interromper,
    Pois todos estarão a nos olhar
    E, destarte, serão testemunhas dessa dor inescusável,
    Que habita, consome e move este ser.



    XI. Banhado em sangue:

    Verei o dia raiar e a noite cair
    Sob o som profundo do tilintar de nossas espadas.
    Os céus rugirão e a terra tremerá,
    Os mares engolirão os montes e os verei ruir.
    Os vendavais deixarão as terras castigadas
    E, assim, o meu ódio o infinito percorrerá.
    Quando a lâmina de tua espada meu corpo encontrar
    E minha carne percorrer deixando seu terrível traço,
    Verás a cor e a face de meu tormento.
    E, mesmo banhado em sangue, continuarei a lutar,
    Pois, no momento certo, sentirás o peso do meu braço
    E finalmente darei fim ao meu lamento.



    XII. O anunciar da vitória:

    E quando finalmente estiveres caído,
    Logo, estarás sufocado pela terra que insiste em nos engolir.
    Aí, então, não haverás mais este mundo de ilusões.
    E todo filho que houver sido traído,
    Terás a oportunidade de ressurgir
    E finalmente apaziguar vossos corações.
    O nascer de um novo mundo anunciarei,
    Um mundo em que, para os meus, estarei sempre a olhar.
    E, graças a tua doce e agonizante desgraça,
    Aos meus braços novamente terei
    A essência do meu viver e amar,
    O mais divino ser, repleto da mais profunda graça

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