O espaço entre nós

O espaço entre nós é uma dor.

Parece-me inaceitável que estejas tão longe, mesmo quando sinto sua respiração e a minha se sufocarem. O espaço entre nós é injusto e a física se torna maléfica quando penso assim.
O espaço entre nós é miserável.

Já que seria impossível que meu corpo se unisse ao seu, ou minha alma suba à utopia e se faça uma com a sua, que o atrito nos alimente. O atrito deverá resolver qualquer pendência.

O espaço entre nós é confortável.
O atrito se torna cansativo e deixa marcas de textura áspera e vermelhidão. A pele arde e a mente cansa da repetição moderna. A maquina funciona, mas não se renova em nada.

O espaço entre nós é complacente.

A atração ainda existe de forma comportada, a respiração é livre e os passos são leves. Não há olhos que olhem para trás nem mentes que pensem em perdão. A proximidade afasta e a distancia aproxima.

O espaço entre nós é uma dor e é miserável outra vez. O espaço entre nós insiste em ser miserável e com o atrito arrancar as carnes que cobrem meu ser. O espaço entre nós precisa ser retomado. O atrito é insanidade.

O espaço entre nós é uma dor.

O espaço entre nós é necessário.

E agora, entre nós, só há espaço.

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Eu fiz agora, não sei se ficou muito bom. Não costumo me aventurar pela poesia.
Obrigada por ler.