[...]
- Senhor Venere – Prosseguiu assentindo o desfile das prostitutas – O senhor passou por inúmeras atribulações esta noite, esperava que uma distração como esta viesse a lhe confortar. Bebemos e brindamos! Porém, às vezes me esqueço de que nem todos são feitos de aço, como eu mesmo, e consigam se recuperar de algum problema tão rapidamente. Independente do motivo, ou das atribulações que venha passando, nada lhe dá o direito de ser jocoso comigo em meu próprio lar, em minha própria mesa!
Lá estava à representação da Fera que vira a pouco no quarto. Afinal, não era uma alucinação, e sim a simples dantesca verdade. Que a realidade e o planeta vermelho, abrigavam em seu seio o fogo cruel do Demônio.
Engoli em seco, desviando os olhos.
- De fato senhor Morgenstern, nem todos possuem a sua habilidade. Ainda vejo os demônios que me afrontaram, e à Mary desde que chegamos neste lugar. Acredita em coincidências? Ou que um homem possa se enganar ou mentir sobre assuntos tão sérios?
Duas mulatas, gêmeas, magistralmente esculpidas e salpicadas de pérolas, ouro e brilhantes, arremeteram suas caprichosas curvas contra nós. Morgenstern devolveu o brilho ardiloso aos seus olhos negros que se comprimiam, junto com os lábios, numa expressão nova de tenra satisfação.
A surpresa nos livrara do inconveniente assunto, somente para me lançar numa nova profusão de raiva, asco e desgosto.
- Sei de algo que você irá gostar. – Sussurrara Friedrich a mim, a elas e por que não a si próprio.
A gêmea mais próxima repousou serenamente o quadril robusto e nu sob meu colo. Um sorriso maliciosamente ingênuo e incrivelmente branco, contrastavam com sua pele negra de ébano, junto das joias que faiscavam como as estrelas:
- Falam inglês? – Sorria a dançarina copiosamente acomodando-se entre minhas pernas. – Eu me chamo Estela e esta é minha irmã Karen.
A gêmea junto a Morgenstern assentiu com o mesmo sorriso largo.
- Notamos que os senhores não estavam se divertindo e viemos saber se podemos fazer alguma coisa por vocês.
- Na verdade...
- É claro que podem minhas rainhas, já nos sentimos muitíssimo melhor com a companhia tão encantadora das senhoritas. Por favor, fiquem.
O homem de fisionomia tão marcante, de fala tão mansa e insidiosa, parecia transitar entre o deleite e o delírio quase tão facilmente quanto respirava ou sorria daquela forma sardônica. Ele entrelaçou as mãos circundando a cintura de Karen, enquanto puxava as curvas nuas e rotundas daqueles seios negros e viçosos à própria boca.
Em meio à sordidez da cena, mal pude debelar meus instintos primais que ascendiam e enrijeciam do colo, instigados, sobretudo pelo balanço ritmado das nádegas de Estela e seu perfume cálido, hipnotizante:
- E o que eu posso fazer por você meu senhor? – Sussurrava roçando os seios em meu peito descompassado.
- Eu...
Morgenstern guiava agora, do seu lado da mesa, as carícias e beijos de Karen sobre sua calça entreaberta. A longa cascata negra hora abaixava, hora ascendia, não mais que o suficiente para ver sua expressão de deleite e seus olhos amendoados enfim cerrados num tom animalesco de súplica e obediência.
- Eu...
Via em igual estado, os olhos de Morgenstern agora suspensos em êxtase e contemplação. Sua boca entreaberta imitava o espaço em que a jovem mulata investia; subia, resistia e beijava. Mesmo o estalo molhado daqueles beijos perdidos entre o ribombar da música era infinitamente audíveis e quase possuíam vida e sabor próprio.
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- Senhor Venere – Prosseguiu assentindo o desfile das prostitutas – O senhor passou por inúmeras atribulações esta noite, esperava que uma distração como esta viesse a lhe confortar. Bebemos e brindamos! Porém, às vezes me esqueço de que nem todos são feitos de aço, como eu mesmo, e consigam se recuperar de algum problema tão rapidamente. Independente do motivo, ou das atribulações que venha passando, nada lhe dá o direito de ser jocoso comigo em meu próprio lar, em minha própria mesa!
Lá estava à representação da Fera que vira a pouco no quarto. Afinal, não era uma alucinação, e sim a simples dantesca verdade. Que a realidade e o planeta vermelho, abrigavam em seu seio o fogo cruel do Demônio.
Engoli em seco, desviando os olhos.
- De fato senhor Morgenstern, nem todos possuem a sua habilidade. Ainda vejo os demônios que me afrontaram, e à Mary desde que chegamos neste lugar. Acredita em coincidências? Ou que um homem possa se enganar ou mentir sobre assuntos tão sérios?
Duas mulatas, gêmeas, magistralmente esculpidas e salpicadas de pérolas, ouro e brilhantes, arremeteram suas caprichosas curvas contra nós. Morgenstern devolveu o brilho ardiloso aos seus olhos negros que se comprimiam, junto com os lábios, numa expressão nova de tenra satisfação.
A surpresa nos livrara do inconveniente assunto, somente para me lançar numa nova profusão de raiva, asco e desgosto.
- Sei de algo que você irá gostar. – Sussurrara Friedrich a mim, a elas e por que não a si próprio.
A gêmea mais próxima repousou serenamente o quadril robusto e nu sob meu colo. Um sorriso maliciosamente ingênuo e incrivelmente branco, contrastavam com sua pele negra de ébano, junto das joias que faiscavam como as estrelas:
- Falam inglês? – Sorria a dançarina copiosamente acomodando-se entre minhas pernas. – Eu me chamo Estela e esta é minha irmã Karen.
A gêmea junto a Morgenstern assentiu com o mesmo sorriso largo.
- Notamos que os senhores não estavam se divertindo e viemos saber se podemos fazer alguma coisa por vocês.
- Na verdade...
- É claro que podem minhas rainhas, já nos sentimos muitíssimo melhor com a companhia tão encantadora das senhoritas. Por favor, fiquem.
O homem de fisionomia tão marcante, de fala tão mansa e insidiosa, parecia transitar entre o deleite e o delírio quase tão facilmente quanto respirava ou sorria daquela forma sardônica. Ele entrelaçou as mãos circundando a cintura de Karen, enquanto puxava as curvas nuas e rotundas daqueles seios negros e viçosos à própria boca.
Em meio à sordidez da cena, mal pude debelar meus instintos primais que ascendiam e enrijeciam do colo, instigados, sobretudo pelo balanço ritmado das nádegas de Estela e seu perfume cálido, hipnotizante:
- E o que eu posso fazer por você meu senhor? – Sussurrava roçando os seios em meu peito descompassado.
- Eu...
Morgenstern guiava agora, do seu lado da mesa, as carícias e beijos de Karen sobre sua calça entreaberta. A longa cascata negra hora abaixava, hora ascendia, não mais que o suficiente para ver sua expressão de deleite e seus olhos amendoados enfim cerrados num tom animalesco de súplica e obediência.
- Eu...
Via em igual estado, os olhos de Morgenstern agora suspensos em êxtase e contemplação. Sua boca entreaberta imitava o espaço em que a jovem mulata investia; subia, resistia e beijava. Mesmo o estalo molhado daqueles beijos perdidos entre o ribombar da música era infinitamente audíveis e quase possuíam vida e sabor próprio.
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